A Glória das Folhas

A Glória das Folhas
As vezes contemplamos uma obra magistral na parede de um museu. Mas a arte também pode estar no galho de uma árvore ou no caule de uma planta.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

A Origem da Vida

A Teoria da Geração Espontânea (Abiogênese)
Como surgiu a vida na Terra? Durante muito tempo se pensou que ela teria surgido por geração espontânea.
A teoria da geração espontânea, também conhecida como abiogênese, admitia que seres vivos podiam surgir espontaneamente da matéria sem vida.
Certamente não teria sentido discutir a origem da vida se admitirmos que os seres vivos, a qualquer momento, podem surgir de um aglomerado de matéria bruta.
Assim, as discussões a respeito da origem da vida em nosso planeta só passaram a despertar interesse quando a teoria da geração espontânea caiu totalmente em descrédito.
Isso aconteceu graças, principalmente, aos experimentos dos importantes cientistas: Redi e Pasteur.

Os Experimentos de Redi
Redi realizou seus importantes experimentos em fins do século XVII.
Até essa época, a maioria das pessoas acreditava que seres vermiformes que se desenvolvem em cadáveres de animais provinham da decomposição da própria carne.
Redi levou em conta que, antes do aparecimento daqueles animais, inúmeras moscas pousaram sobre a carne e nela depositaram ovos. Ele imaginou, então, que os “vermes” poderiam estar surgindo dos ovos das moscas.
Imbuído de um forte espírito científico, Redi, em vez de simplesmente descrever sua hipótese sobre a origem dos “vermes”, realizou experimentos para testá-las.
Ele colocou cadáveres de cobras, peixes e outros animais em alguns frascos de boca larga. Tapou alguns deles com uma finíssima gaze e deixou outros abertos.
Nos frascos abertos, onde as moscas entravam e saiam continuamente, surgiu logo uma enorme quantidade de animais vermiformes. Nos frascos tapados com a gaze, onde as moscas não conseguiam entrar, não apareceu um único verme, apesar de muitos dias terem se passado.

O experimento de Redi. Substâncias orgânicas
foram colocadas em diversos frascos pra que
entrassem em decomposição. Alguns desses recipientes
foram cobertos com uma gaze e os outros deixados
descobertos. Redi constatou que as larvas só apareciam
nos frascos descobertos, onde as moscas conseguiam entrar.

Redi, não satisfeito com essa comprovação, acompanhou o desenvolvimento dos “vermes”. Verificou então que, após algum tempo, eles se transformavam em moscas idênticas às que haviam visitado a carne.
Assim, Redi demonstrou que os animais vermiformes da carne em decomposição eram, na verdade, larvas de moscas. A teoria de que eles surgiam da decomposição da carne não tinha, portanto, fundamento.
Os Experimentos de Pasteur
A teoria da geração espontânea ficou muito desacreditada após os experimentos de Redi. Quando se descobriram os organismos microscópicos, porém, ela voltou a ser cogitada, para explicar a origem desses minúsculos seres.

A Polêmica Sobre a origem dos Micróbios
Durante anos, os cientistas se dividiram em dois grupos: aqueles que acreditavam na origem dos micróbios por geração espontânea e aqueles que combatiam essa ideia. Para esses últimos, os micróbios originavam-se de germes existentes no ar. Ao caírem em um ambiente propício, eles se multiplicavam.
Os cientistas que combatiam a teoria da geração espontânea realizaram experimentos bem planejados com o intuito de derrubá-la. Eles ferveram líquidos contendo matéria orgânica e mantiveram uma parte dos frascos fechada e outra parte aberta.
Os micróbios apareceram nos frascos abertos, mas não nos fechados. Bastava, no entanto, abrir esses frascos para que, depois de poucos dias, o líquido ficasse repleto de micro-organismos.
Os defensores da teoria da geração espontânea não se convenceram com esses experimentos. Eles argumentavam que a vedação completa dos frascos evitava a entrada de ar, e essa era a condição essencial para o surgimento de vida no líquido nutritivo.
Essas discussões entre os cientistas a respeito da origem dos micróbios prolongaram-se até 1860. Nessa época, o cientista francês Louis Pasteur demonstrou irrefutavelmente que o aparecimento de micróbios em caldos nutritivos decorre da sua contaminação por germes presentes no ar.

Os Frascos com Pescoço de Cisne
A experiência de Pasteur consistiu em colocar um líquido nutritivo (água, levedo de cerveja e suco de beterraba) em balões de vidro de pescoços longos. Os pescoços dos frascos eram esticados e torcidos de modo a tomarem uma forma semelhante à de um pescoço de cisne.
Pasteur fervia o líquido de cada frasco, com a intenção de eliminar todos os micróbios aí presentes. Em seguida, fazia com que o caldo fervido esfriasse lentamente. Isso era necessário para evitar que a contração brusca do ar dentro do balão sugasse demasiadamente rápido o ar de fora, o que traria micróbios contaminantes ao caldo.
Com o resfriamento lento, o ar penetrava no recipiente de vidro. Os micróbios, no entanto, ficavam retidos nas curvas do pescoço dos balões.
Não apareceram micróbios nos líquidos desses frascos, mesmo após meses ou anos. Bastava, no entanto, quebrar o pescoço do frasco para que rapidamente o líquido se enchesse daqueles minúsculos seres.

Esquema do experimento de Pasteur sobre geração espontânea

A explicação para esses resultados é que os micróbios presentes no ar não conseguiam subir pelo pescoço retorcido dos frascos de Pasteur. Ao se quebrar o pescoço, os micróbios caíam diretamente no líquido e proliferavam.

A Teoria da Biogênese
Essa experiência e várias outras que se seguiram derrubaram definitivamente a teoria da geração espontânea. Passou a ser aceito por todos, então, que um ser vivo só se origina de outro ser preexistente, através da reprodução. Surgia, assim, a teoria da biogênese.
Isso colocou em pauta uma nova polêmica: e os primeiros seres vivos, de onde teriam vindo?


  

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