A questão da origem do universo e de tudo que nele existe vem despertando a curiosidade do homem desde a mais remota antiguidade.
Com o desenvolvimento das ciências da natureza, muitas das antigas crenças foram substituídas por teorias, formuladas com base no novo conhecimento científico.
Hoje, por exemplo, quando contemplamos o céu, sabemos que estamos olhando para o imenso espaço, tão absurdamente grande que nossa mente é incapaz de compreendê-lo inteiramente. Nele situam-se milhões de galáxias, cada qual contendo bilhões de estrelas, boa parte delas muito maior do que o nosso Sol.
O conhecimento de que hoje dispomos tem aumentado ainda mais nossa curiosidade a respeito da origem do universo. Como as peças de um imenso quebra-cabeça, os fatos científicos vão sendo encaixados e teorias vão sendo formuladas para explicar as nossas origens.
A ORIGEM DO SISTEMA SOLAR
A Teoria da Grande Explosão
Os cientistas elaboraram uma teoria que se propõem a explicar a origem do universo. Essa teoria foi denominada teoria Big Bang ou da Grande Explosão.
De acordo com essa teoria, há cerca de 20 bilhões de anos toda a matéria e a energia que viriam a constituir futuramente o universo, com suas bilhões de galáxias, estavam comprimidas em uma esfera da ordem de milésimos de centímetro, menor que a ponta de uma agulha.
Teria havido, então, uma monumental explosão: matéria e energia entraram em expansão, resultando na imensidão que existe hoje.
A Expansão do Universo
A expansão do universo é a maior evidência que temos da Grande Explosão inicial. As investigações revelam que a expansão continua a ocorrer e talvez nuca cesse, de modo que o universo vi se tornando cada vez maior.
Imediatamente após a explosão, acredita-se que a temperatura tenha sido tão elevada que nem partículas elementares puderam se formar. Com a diminuição da temperatura nos segundos seguintes, as partículas se formaram e puderam se agrupar, originando os elementos químicos mais simples, como o hidrogênio.
As Primeiras Galáxias
Foi apenas quando o universo já contava com pouco mais de 1 bilhão de anos que as galáxias, que são grandes aglomerações de matéria cósmica, começaram a surgir. Em seguida, dentro das galáxias, surgiram as primeiras estrelas, o que teria ocorrido há aproximadamente 16 bilhões de anos. A partir de então, estrelas têm surgido e desaparecido por todo o universo.
O Nascimento do Sol
O Sol é o centro de nosso Sistema Solar. Ao seu redor giram oito planetas, entre os quais a Terra.
O Sistema Solar está localizado em uma galáxia espiral chamada Via Láctea, a qual é constituída por mais ou menos 100 bilhões de estrelas. Todas as estrelas e corpos celestes que conseguimos observar a olho nu fazem parte dessa galáxia.
A teoria mais aceita atualmente diz que o Sol e sua família planetária surgiram a partir de uma nuvem de poeira cósmica existente na Via Láctea. Essa teoria baseia-se nos estudos de estrelas em diferentes estágios de formação, localizadas em diversas regiões do universo.
A Formação das Estrelas
No processo de formação de uma estrela, nuvens de poeira cósmica e gases começam a se agrupar em um dado ponto de uma galáxia. As partículas de poeira e os gases atraem-se e se aglomeram no centro da nuvem, formando uma massa de matéria cada vez mais compacta. À medida que essa massa aumenta, ela passa a atrair mais e mais partículas e gases.
A condensação de matéria faz com que a temperatura no centro da estrela em formação aumente enormemente. Após alguns milhões de anos de condensação, ela atinge cerca de 10 milhões de graus. Tem início, então, uma reação atômica do tipo fusão nuclear, na qual núcleos de átomos de hidrogênio se fundem originando núcleos de hélio.
Esse tipo de reação libera enormes quantidades de energia, que é emitida na forma de luz e calor. A massa de poeira cósmica e gases torna-se, então, mais um ponto luminoso no universo: surge uma nova estrela.
Os cientistas acreditam que nosso Sol se originou da forma descrita acima e que a luz e o calor por ele emitidos resultam de reações nucleares que continuam ocorrendo em seu interior.
Com base no tamanho e na quantidade de energia produzida pelo Sol, os cientistas calculam sua idade em cerca de 5 bilhões de anos.
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| Formação de uma estrela a partir de uma nuvem cósmica |
A Origem dos Planetas
Quanto à origem dos planetas, várias teorias têm sido formuladas. a mais aceita propõem que eles tenham se formado a partir de restos da mesma nuvem cósmica que deu origem ao Sol.
Essa teoria diz que, após a formação do Sol, o que restou da nuvem cósmica tomou a forma de um disco que permaneceu girando ao seu redor.
Nesse disco de poeira e gases, ocorreram alguns pontos isolados de condensação de matéria. Partículas agregaram-se, formando corpos cada vez maiores. Esses corpos foram os precursores dos atuais planetas.
Tudo indica que a Terra e os demais planetas formaram-se dessa maneira, entre 4,5 e 5 bilhões de anos atrás.
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| Prováveis etapas da formação do Sistema Solar |
A Terra Primitiva
Quando os planetas começaram a se formar, os primeiros materiais a se agregarem foram rochas, ferro e alguns outro minerais.
A Atmosfera Primária da Terra
Ao atingirem um certo tamanho, os planetas em formação passaram a atrair, por gravidade, os gases hélio e hidrogênio. Esses gases passara a constituir sua atmosfera primária.
Essa atmosfera, no entanto, logo desapareceu, varrida pelos fortes "ventos de energia solar". Como resultado, os planetas mais próximos do Sol ficaram praticamente sem atmosfera primária ao seu redor.
A Atmosfera Secundária da Terra Primitiva
Uma atmosfera secundária formou-se lentamente pelo acúmulo de gases liberados do interior do próprio planeta. Esses gases eram, principalmente, amônia (NH3), hidrogênio (H2), metano (CH4) e vapor de água (H2Og)
À medida que a matéria se agregava aos planetas em formação, desenvolviam-se forças de compressão, causadas pelo aumento de massa, A temperatura interna dos planetas, consequentemente, deve ter sofrido grande elevação.
A temperatura inicial de nosso planeta era altíssima. Durante os primeiros 700 milhões de anos de sua existência não houve superfície sólida na Terra. Ela era então, uma bola incandescente, constituída por rochas fundidas. Foi somente após essa época que começou a se formar, devido ao resfriamento, uma fina camada de material rochoso sólido, a futura crosta terrestre.
A água que havia no interior da terra em formação era expelida na forma de jatos de vapor e imediatamente incorporada à atmosfera. A superfície eram quente demais para permitir a existência de água na forma líquida.
Gases e vapor de água continuaram, no entanto, sendo expelidos do interior do planeta e incorporados a atmosfera. Esse processo perdura até nosso dias, nos vulcões.
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| Condições prováveis da Terra primitiva |
O Ciclo das Chuvas
O vapor de água formava densas nuvens que se resfriavam nas altas camadas da atmosfera, condensando-se caindo na forma de chuva. Tinha início, assim, o ciclo da água em nosso planeta.
A água ao atingir a crosta ainda quentíssima do planeta, evaporava-se imediatamente, condensando-se em seguida e caindo novamente na forma líquida. Chuvas torrenciais caíram por dezenas de milhões de anos.
Os Primeiros Mares da Terra
Quando a superfície do planeta esfriou o suficiente, água na forma líquida começou a se acumular nas regiões mais baixas da crosta. Começavam a se formar, assim, os primeiros lagos, mares e oceanos.
Foi nesse cenário que apareceram os primeiros seres vivos dos quais descendem todas as formas de vida que já habitaram nosso planeta.



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