O reino Metazoa, ou animal, é composto por uma enorme variedade de espécies, desde animais simples como as esponjas até os complexos seres humanos.
Dentre as características mais gerais desse reino, compartilhadas pelos diversos filos animais, pode-se citar a forma heterotrófica de nutrição e a organização multicelular do corpo, cujas células especializadas repartem trabalho e funcionam integradamente.
Os cientistas admitem que todos os animais descendem de um mesmo grupo de primitivos protozoários marinhos, disso resultando aquelas características mais gerais do reino.
A partir desses ancestrais unicelulares, em um passado que remonta a mais de 600 milhões de anos, houve a formidável diversificação que levou ao aparecimento de vários tipos de animais, cada qual com sua estratégias típicas para sobreviver. Esses diferentes ramos originaram os filos atuais.
Do total das espécies vivas conhecidas, cerca de 75% pertencem ao reino animal. Entre os animais, cerca de 90% são invertebrados. Os invertebrados somam mais de trinta filos.
Poríferos ou Esponjas (filo Porifera)
Os poríferos (espongiários ou esponjas) constituem o grupo mais simples de animais metazoários. Embora multicelulares, com células relativamente especializadas, sua organização é rudimentar.
a simplicidade de sua estrutura e a pequena interdependência entre as suas células colocam as esponjas em níveis pouco acima dos protozoários que formam colônias.
O nome porífera (poris, poro; foros, portador) refere-se ao fato de os representantes deste filo apresentarem o corpo todo perfurado por poros microscópicos.
Aspectos Anatômicos e Fisiológicos das Esponjas
Uma esponja simples individual é um organismo que vive fixo a um substrato submerso. Sua forma lembra um vaso, com a base fixada e uma abertura, chamada ósculo, oposta à base. O oco central do corpo da esponja é chamado de átrio, ou espongiocela.
Tipos de Células das Esponjas
A parede do corpo da esponja é composta por duas camadas celulares: a externa é constituída por células achatadas chamadas pinacócitos e a interna é formada por células flageladas, denominadas coanócitos. Essa parede corporal é toda perfurada por poros microscópicos, o que dá à esponja sua característica mais típica.
Cada poro é um canal microscópico que atravessa o citoplasma de uma célula especializada chamada porócito. É através dos poros que a água, trazendo oxigênio e partículas alimentares, penetra na cavidade atrial do espongiário.
Entre as duas camadas celulares existe um material gelatinoso, onde se movem células ameboides, os amebócitos, que originam os elementos esqueléticos da esponja.
Os elementos esqueléticos podem ser redes de fibras proteicas interligadas ou espículas feitas de material silicoso ou calcário.
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| Esquema que ilustra a anatomia básica de um espongiário e as células que compõem o seu corpo |
As esponjas não têm sistema muscular, nervoso ou sensorial; pequenas modificações na forma do corpo, entretanto, podem ser conseguidas pela retração das células de revestimento e dos porócitos.
Alimentação e Digestão
Quanto à alimentação, as esponjas são animais filtradores. A movimentação dos flagelos dos coanócitos que revestem o átrio cria um fluxo de água que sai pelo ósculo. Em consequência, a água penetra pelos poros da parede corporal. A água que entra contém os gases necessários à respiração e também partículas alimentares em suspensão.
As partículas alimentares são capturadas pelos coanócitos, capazes de realizar fagocitose. O alimento é digerido intracelularmente em vacúolos digestivos, e os produtos da digestão difundem-se para as outras células do corpo. Os resíduos que as células produzem são lançados diretamente para fora, espalhando-se na água circundante.
Como vemos, nas esponjas não estão presentes sistemas digestivo, respiratório, circulatório ou excretor.
Todos os espongiários são aquáticos, e a maioria das espécies vive no mar. algumas esponjas são indivíduos isolados; outras, formam colônias que se incrustam em substratos submersos (rochas, madeira, conchas etc.).
Sua coloração pode variar do laranja ao vermelho, do azul ao negro. Esponjas cujos esqueletos são de fibras macias e flexíveis foram usadas (e ainda o são, em menor escala) como esponjas de banho e de limpeza.
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| Diferentes estruturas esqueléticas (espículas calcárias, fibras e espículas silicosas) |
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| Colônia de esponjas |
A Reprodução das Esponjas
Os poríferos se reproduzem tanto assexuadamente como sexuadamente.
Exemplificando o primeiro caso, é comum que fragmentos de esponjas possam regenerar esponjas completas. Várias espécies reproduzem-se por brotamento; os brotos geralmente permanecem unidos, crescem e formam uma colônia de espongiários.
As esponjas também apresentam formas sexuais de reprodução. Células ameboides do corpo sofrem meiose e diferenciam-se em óvulos e espermatozoides. os espermatozoides são liberados na água e penetram na parede do corpo das fêmeas, onde fecundam os óvulos.
A Larva Anfiblástula
O zigoto começa seu desenvolvimento e logo se libera do corpo da esponja-fêmea, originando uma pequena larva, denominada anfiblástula. O termo larva refere-se, genericamente, a um estágio jovem de desenvolvimento de um animal. a larva anfiblástula, ao encontrar condições adequadas, fixa-se ao substrato e origina uma nova esponja. Pelo fato de haver estágio larval, podemos dizer que o desenvolvimento das esponjas é indireto.
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| O ciclo de reprodução sexuada nas esponjas. O óvulo fecundado desenvolve-se formando a pequena larva anfiblástula, que nada até se fixar em um substrato, fechando o ciclo. |
Resumo: Espongiários ou Poríferos
Diagnose de um porífero: animal filtrador, com nível simples de organização corporal; não apresenta qualquer órgão ou sistema.
Habitat: ambiente aquático, a maioria das espécies é marinha.
Exemplos: poríferos usados como esponjas de banho (gênero Spongia)
Dados de anatomia e fisiologia
Sistema digestivo: ausente (alimento fagocitado por coanócitos).
Sistema circulatório: ausente (difusão de substâncias através dos espaços entre as células).
Sistema respiratório: ausente (trocas gasosas por simples difusão).
Sistema excretor: ausente (excreções lançadas, por difusão, na água circundante).
Sistema nervoso: ausente.
Reprodução: assexuada, por fragmentação e brotamento; sexuada, com desenvolvimento indireto (larva anfiblástula).




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